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Capítulo 11 de 16

1Pergunto, então: Acaso rejeitou Deus o seu povo? De maneira alguma. Pois eu mesmo sou israelita, descendente de Abraão, da tribo de Benjamim.

2Deus não repeliu o seu povo, que ele de antemão distinguiu! Desconheceis o que narra a Escritura, no episódio de Elias, quando este se queixava de Israel a Deus:

3Senhor, mataram vossos profetas, destruíram vossos altares. Fiquei apenas eu, e ainda procuram tirar-me a vida (1Rs 19,10)?

4Que lhe respondeu a voz divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram o joelho diante de Baal (1Rs 19,18).

5É o que continua a acontecer no tempo presente: subsiste um resto, segundo a eleição da graça.

6E se é pela graça, já não o é pelas obras; de outra maneira, a graça cessaria de ser graça.

7Consequência? Que Israel não conseguiu o que procura. Os escolhidos, estes sim, o conseguiram. Quanto aos mais, foram obcecados,

8como está escrito: Deus lhes deu um espírito de torpor, olhos para que não vejam e ouvidos para que não ouçam, até o dia presente (Dt 29,4).

9Davi também o diz: A mesa se lhes torne em laço, em armadilha, em ocasião de tropeço, em justo castigo!

10A vista se lhes obscureça para não verem! Dobra-lhes o espinhaço sem cessar (Sl 68,23s)!

11Pergunto ainda: Tropeçaram acaso para cair? De modo algum. Mas sua queda, tornando a salvação acessível aos pagãos, incitou-os à emulação.

12Ora, se o seu pecado ocasionou a riqueza do mundo, e a sua decadência a riqueza dos pagãos, que não fará a sua conversão em massa?!

13Declaro-o a vós, homens de origem pagã: como apóstolo dos pagãos, eu procuro honrar o meu ministério,

14com o intuito de, eventualmente, excitar à emulação os homens da minha raça e salvar alguns deles.*

15Porque, se de sua rejeição resultou a reconcilia­ção do mundo, qual será o efeito de sua reintegração, senão uma ressurreição dentre os mortos?

16Se as primícias são santas, também a massa o é; e se a raiz é santa, os ramos também o são.

17Se alguns dos ramos foram cortados, e se tu, oliveira selvagem, foste enxer­tada em seu lugar e agora recebes seiva da raiz da oliveira,*

18não te envaideças nem menosprezes os ramos. Pois, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti.

19Dirás, talvez: “Os ramos foram cortados para que eu fosse enxertada”.

20Sem dúvida! É pela incredulidade que foram cortados, ao passo que tu é pela fé que estás firme. Não te ensoberbeças, antes, teme.

21Se Deus não poupou os ramos naturais, bem poderá não poupar a ti.

22Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, bondade para contigo, suposto que permaneças fiel a essa bondade; do contrário, também tu serás cortada.

23E eles, se não persistirem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para enxertá-los de novo.

24Se tu, cortada da oliveira de natureza selvagem, contra a tua natureza foste enxertada em boa oliveira, quanto mais eles, que são naturais, poderão ser enxertados na sua própria oliveira!

25Não quero, irmãos, que igno­reis este mistério, para que não vos gabeis de vossa sabedoria: esta cegueira de uma parte de Israel só durará até que haja entrado a totalidade dos pagãos.

26Então, Israel em peso será salvo, como está escrito: Virá de Sião o libertador, apartará de Jacó a impiedade.

27E esta será a minha alian­ça com eles, quando eu tirar os seus pecados (Is 59,20s; 27,9).

28Se, quanto ao Evangelho, eles são inimigos de Deus, para proveito vosso, quanto à eleição eles são muito queridos por causa de seus pais.*

29Pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis.

30Assim como vós antes fostes desobedientes a Deus, e agora obtivestes misericórdia com a deso­bediência deles,

31assim eles são incrédulos agora, em consequência da misericórdia feita a vós, para que eles também mais tarde alcancem, por sua vez, a misericórdia.

32Deus encerrou a todos esses homens na desobediência para usar com todos de misericórdia.

33Ó abismo de riqueza, de sabedoria e de ciência em Deus! Quão impenetráveis são os seus juízos e inexploráveis os seus caminhos!

34Quem pode compreender o pensamento do Se­nhor? Quem jamais foi o seu conselheiro?*

35Quem lhe deu primeiro, para que lhe seja retribuído?*

36Dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele a glória por toda a eternidade! Amém.