José Marello nasceu no dia 26 de dezembro de 1844, na cidade de Turim, Itália. Seus pais chamavam-se Vicente Marello (um comerciante de queijos em Turim) e Ana Maria Viale. De família religiosa, o Marello foi batizado no mesmo dia em que nasceu. Cresceu até os 4 anos em Turim, quando improvisamente sua mãe morre. Seu pai, desgostoso, vende o comércio e transfere-se para San Martino Alfieri, uma cidadezinha entre as montanhas, onde o Marello passa a ser educado pelos seus avós. Neste ambiente viveu toda a sua adolescência, trabalhando na terra e educando-se religiosamente. Ali freqüentou os primeiros anos de estudo, tornando-se aluno exemplar e admirado. Tanto é verdade que, quando cursava a 4ª série, foi designado pelo seu pároco como catequista dos menores, além do mais era coroinha que suscitou inclusive a admiração da Marquesa de Sostegno pelo seu modo exemplar de servir o altar.

Terminando o 2º grau escolar recebe de seu pai um presente em reconhecimento pela sua boa conduta: um passeio para Savona, onde passou alguns dias visitando a cidade. Quis a Providência que seu pai o levasse para visitar o Santuário de Nossa Senhora da Misericórdia (8 km distante de Savona). Lá surgiu sua vocação para o sacerdócio enquanto rezava aos pés da Virgem. Voltando para a casa encabulado com a idéia de ir para o seminário, ainda em viagem contou para o seu pai, seu desejo. Seu pai reagiu fortemente, embora sendo religioso desejasse para seu filho a carreira do comércio, vendo nele as qualidades que possuía. Por isso, tentou tirar-lhe esta idéia da sua cabeça, oferecendo-lhe a possibilidade de ir estudar em Turim, a fim de construir uma carreira brilhante. Marello permaneceu irredutível na idéia e enfim o pai cedeu com pesar.

No dia 31 de outubro de 1856 entrava no seminário de Asti, quando ainda tinha apenas 12 anos. No seminário procurou empenhar-se muito nos estudos e no cultivo das boas amizades. Em 1859, a Itália entra em guerra com a Áustria e os seminaristas foram obrigados a voltar para suas casas ou se hospedarem em casas de famílias da cidade. Neste ínterim, o Marello estava com 15 anos e, devido às circunstâncias, passava morar em Turim. Fora do seminário, sem mais o amparo dos superiores, do horário, da vida metódica, e dentro de um ambiente hostil e anticlerical, o Marello passara ser modelado pela realidade. Neste ambiente ele sonha com idéias revolucionárias, para criar um mundo melhor, mas não se encontrava bem, tanto é verdade que um seu professor lhe dirá para pensar bem, porque sua vocação não era para viver naquele ambiente.

Prosseguia sua vida de estudo e de sonhos, até adoecer gravemente de tifóide, a ponto de chegar ao perigo de vida, nesta experiência, presente que Nossa Senhora lhe pedia para voltar ao seminário e continuar a carreira sacerdotal, e chega a conclusão que se fizer isto se restabeleceria. Comunicou imediatamente seu desejo ao pai, o qual vendo ali em sinal admite que o filho volte para o seminário. Por isso, em fevereiro de 1864, quando já estava com 20 anos, voltava para o seminário sendo recebido com alegria pelos sacerdotes.

De volta ao seminário, o Marello propõe esmerar-se ao máximo para fazer uma forte preparação tanto intelectual quanto espiritual para o sacerdócio. Dizia ele que o sacerdote deve ser e viver segundo o espírito de Jesus Cristo, deve ser puro, perfeito e possuidor de grande doutrina. Estas palavras orientaram toda a sua vida de preparação ao sacerdócio. Tornou-se um grande e profundo estudioso, conh ecia com facilidade os grandes expoentes da literatura; lia os grandes místicos; tinha o prazer pelo conhecimento. Era muito estimado pelos superiores e colegas, tornou-se assistentes dos clérigos, procurava ajudar todos inclusive economicamente. (Quando seu pai ia visitá-lo esvaziava-lhe os bolsos, para poder ajudar aqueles mais necessitados). Cultivou muitas e boas amizades, escrevia muito aos colegas durante as férias, procurava sempre estar em contato com os amigos.

Fonte: Oblatos