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Capítulo 3 de 6

1Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi apresentada a imagem de Jesus Cristo crucificado?

2Apenas isto quero saber de vós: recebestes o Espírito pelas práticas da Lei ou pela aceitação da fé?*

3Sois assim tão levianos? Depois de terdes começado pelo Espírito, quereis agora acabar pela carne?

4Ter feito tais experiências em vão! Se é que foi em vão!

5Aquele que vos dá o Espírito e realiza milagres entre vós, acaso o faz pela prática da Lei, ou pela aceitação da fé?

6Foi este o caso de Abraão: ele creu em Deus e isto lhe foi levado em conta de justiça (Gn 15,6).

7Sabei, pois: só os que têm fé é que são filhos de Abraão.

8Prevendo a Escritura que Deus justificaria os povos pagãos pela fé, anunciou esta Boa-Nova a Abraão: Em ti todos os povos serão abençoados (Gn 18,18).

9De modo que os homens de fé são abençoados com a bênção de Abraão, homem de fé.

10Todos os que se apoiam nas práticas legais estão sob um regime de maldição. Pois está escrito: Maldito aquele que não cumpre todas as prescrições do Livro da Lei (Dt 27,26).

11Que ninguém é justificado pela Lei perante Deus é evidente, porque o justo viverá pela fé (Hab 2,4).

12Ora, a Lei não provém da fé e sim (do cumprimento): quem observar estes preceitos viverá por eles (Lv 18,5).

13Cristo remiu-nos da maldição da Lei, fazendo-se por nós maldição, pois está escrito: Maldito todo aquele que é suspenso no madeiro (Dt 21,23).

14Assim a bênção de Abraão se estende aos gentios, em Cristo Jesus, e pela fé recebemos o Espírito prometido.

15Irmãos, vou apresentar-vos uma comparação de ordem humana. Se um testamento for feito em boa e devida forma, por quem quer que seja, ninguém o pode anular ou acrescentar-lhe alguma coisa.

16Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: aos seus descendentes, como se fossem muitos, mas fala de um só: e a tua descendência (Gn 12,7), isto é, a Cristo.

17Afirmo, portanto: a Lei, que veio quatrocentos e trinta anos mais tarde, não pode anular o testamento feito por Deus em boa e devida forma e não pode tornar sem efeito a promessa.

18Porque, se a herança se obtivesse pela Lei, já não proviria da promessa. Ora, pela promessa é que Deus deu o seu favor a Abraão.

19Então, que é a Lei? É um complemento ajuntado em vista das transgressões, até que viesse a descendência a quem fora feita a promessa; foi promulgada por anjos, passando por um intermediário.*

20Mas não há intermediário, tratando-se de uma só pessoa, e Deus é um só.*

21Portanto, é a Lei contrária às promessas de Deus? De nenhum modo. Se fosse dada uma Lei que pudesse vivificar, em verdade a justiça viria pela Lei;

22mas a Escritura encerrou tudo sob o império do pecado, para que a promessa mediante a fé em Jesus Cristo fosse dada aos que creem.

23Antes que viesse a fé, estávamos encerrados sob a vigilância de uma Lei, esperando a revelação da fé.

24Assim a Lei se nos tornou pedagogo encarregado de levar-nos a Cristo, para sermos justificados pela fé.

25Mas, depois que veio a fé, já não dependemos de pedagogo,

26porque todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo.

27Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo.

28Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus.

29Ora, se sois de Cristo, então sois verdadeiramente a descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa.