Carisma

Os membros da congregação dedicam-se:

  • à propagação da devoção a São José, esposo de Maria e patrono da Igreja;
  • à educação cristã da juventude;
  • ao apostolado social;
  • às atividades paroquiais;
  • às missões.

Os Josefinos propõem-se a imitar na vida e no apostolado a figura de São José, pai adotivo de Jesus. Deste grande santo destacam-se virtudes como o silêncio, o amor ao trabalho, a prática da justiça, a confiança ilimitada na Providência divina, a devoção a Maria, a dedicação aos interesses de Jesus.

História

90 ANOS DE HISTÓRIA DA PROVÍNCIA NOSSA SENHORA DO ROCIO
A Província Nossa Senhora do Rocio completará no dia 07 de Outubro de 2009 os seus 90 anos de presença em terras brasileiras. Foi justamente no dia de Nossa Senhora do Rosário que quatro sacerdotes e um irmão religioso da congregação dos Oblatos de São José, pisaram as terras do Brasil. Passadas nove décadas, o espírito josefino permeado da espiritualidade de São José e da docilidade às inspirações de São José Marello, fundador desta Congregação religiosa composta de religiosos sacerdotes e irmãos, continuam estimulando e motivando esta família religiosa com mais de 500 membros e presente em 10 países, a realizar a sua missão que é de fazer conhecer, fazer amar, fazer cumprir a doutrina de Jesus Cristo.

I – FASE DE IMPLANTAÇÃO

Os Oblatos de São José, fiéis ao seu carisma do serviço a Igreja onde quer que a Divina Providência possa indicar, deram um passo muito importante no serviço ao Reino, quando por pedido do Papa Bento XV, o qual vendo que no Brasil havia um povo realmente abandonado, pediu ao Superior Geral da Congregação que assumisse uma missão no Brasil enfatizando que a presença dos Oblatos neste país se tratava da ?Voz de Deus?, um vontade explícita Dele.

A Providência também indicava que tal passo da Congregação rumo à América era necessário para atender um pedacinho do extenso continente brasileiro, precisamente na diocese de Curitiba, onde seu bispo, Dom João Francisco Braga se apresentava como “Um pobre mendigo em busca de sacerdote”, como um bispo sem sacerdotes para uma extensa diocese.

A primeira etapa dos trabalhos dos Oblatos foi denominado de Fase de Implantação da Missão que começou aos 17 de Janeiro de 1920 com o primeiro campo de trabalho na cidade de Paranaguá, que na época contava com 15 mil habitantes e se destacava pelo seu famoso Porto. Juntamente com o campo de ação missionária na cidade de Paranaguá, os Oblatos tinham também a incumbência de cuidar de toda a vastidão do litoral paranaense, uma extensão de 200 Km de comprimento por 50 Km de largura. Todo este campo missionário possuía mais de dez colônias de caboclos espalhadas por lugares de difícil acesso ao que se somava mais umas 30 mil almas juntamente com as 15 de Paranaguá; Portanto, aproximadamente 45 mil pessoas que necessitavam dos cuidados dos destemidos missionários.

Além do trabalho no litoral paranaense os Oblatos trabalharam em Curitiba, nas colônias italianas da Água Verde e Portão, com a direção de um Educandário denominado de ?Abrigo dos Menores?, na educação de meninos e rapazes, em Umbará, PR, Teixeira Soares, PR, Rio Capinzal, SC, Botucatu, SP.

Foram 26 primeiros anos de trabalhos árduos e cheios de provações em que os Oblatos não pouparam nenhum esforço e sacrifícios para construir o melhor do Reino. O carisma Josefino manifestou-se de modo particular no desprendimento e desapego completo, na pobreza vivida concretamente, na obediência aos bispos e superiores, no serviço de apostolado. Destacam-se o trabalho com a juventude particularmente em Paranaguá e Curitiba, a divulgação da espiritualidade josefina e a imitação de São José.

Nesta primeira fase 12 sacerdotes e três irmãos pisaram o solo brasileiro, dos quais seis padres morreram e um irmão voltou para a Itália. Esta fase encerrou-se no ano de 1945 devido as dificuldades com pessoal, particularmente afetado pela guerra.

II – FASE DE SEDIMENTAÇÃO

Com o fim da II Guerra Mundial começou um novo período para a missão brasileira. Em Janeiro de 1947 chegava o primeiro grupo dos Oblatos desta segunda etapa constituído de cinco jovens sacerdotes. Com a presença deles os campos missionários Oblatos foram fortificados e preenchidos pelo vazio deixado pelas sucessivas mortes na primeira etapa.

O dinamismo destes jovens Oblatos levou logo a procurar um lugar para construir um seminário e isto foi possível abrindo uma casa em Ourinhos SP, uma cidade acolhedora e promissora que tinha aproximadamente 25 mil habitantes. Um ano após, ou seja, em 1948, iniciava-se a construção do seminário Nossa Senhora de Guadalupe de Ourinhos. Com isso, a missão que nascera no litoral paranaense desloca-se agora para o interior do Estado de São Paulo, e também do Paraná. Sobretudo no denominado ?Norte Pioneiro do Paraná?, a missão assumia sua primeira Paróquia em Marilândia do Sul, uma localidade com 50 mil habitantes, incluindo 10 capelas. Em seguida foi assumida a Paróquia em Salto Grande, SP. Pouco tempo depois se assumiu Apucarana, uma localidade com 40 mil habitantes, a qual se tornaria o eixo polarizador de todas as atividades da missão no Norte do Paraná. Com Apucarana abriu-se um leque de atividades naquela região denominada de Vale do Ivaí nas cidades de Pirapó, Cambira, Jussara, Aricanduva, Rio Bom, Kaloré, Itacolomi, Califórnia, Jandaia do Sul, Bom Sucesso, São Pedro do Ivaí, Borrazópolis, Catugi…
O trabalho dos Oblatos foi desenvolvido também em Curitiba com a construção de um colégio e de um seminário, assim como em São Paulo com paróquias na capital e em São Miguel Paulista.

Grande parte do trabalho missionário nesta região foi mérito dos Oblatos, que mereceram o elogio do Bispo D. Geraldo de Proença Sigaud com esta afirmação: “Nunca encontrei sacerdotes tão dispostos para trabalhar como os Josefinos”.

A segunda etapa do trabalho dos Oblatos no Brasil terminou em 1965 com 34 religiosos, sendo 23 sacerdotes dentre os quais 04 brasileiros e 10 clérigos. Estes 19 anos de sedimentação da missão foram abençoados por 28 padres enviados pela Itália e pelo desbravamento pioneiro no Norte do Paraná, com a construção de dezenas de capelas e igrejas, com um trabalho apostólico incansável, com 04 padres brasileiros, 27 noviços e centenas de seminaristas.

Houve uma expansão para o interior do Paraná e São Paulo o que fez os Oblatos terminarem este período com 13 casas, número superior a três vezes da primeira fase. A Congregação também ofereceu neste período duas personalidades para a Igreja: D. Armando Círio, bispo destinado para a nova diocese de Toledo, PR, depois arcebispo de Cascavel, PR, e Pe. Pedro Magnone, que após duas gestões como superior no Brasil foi eleito ecônomo geral em 1952 e depois sucessivamente nos ano de 1958 e 1964 Superior Geral da Congregação.

Este saldo positivo foi sem dúvida devido ao trabalho incansável dos Oblatos devido a garra com que encararam a missão, abençoados por São José do qual eles nunca se esqueceram. Este esforço notavelmente reconhecido foi esculpido nas palavras sábias do bispo de Jacarezinho, grande amigo e profundo conhecedor do trabalho dos Josefinos que disse: “Dê-me dezessete sacerdotes Josefinos e eu os coloco agora mesmo todos eles, cada um em uma paróquia”. Demonstração de confiança, apreço e amor pelos nossos padres. A eles nós geração nova agradecemos e procuraremos trilhar suas pegadas.

III – FASE DE CONSOLIDAÇÃO

A terceira fase da presença dos Oblatos no Brasil deu-se a partir de 1965 em pleno clima de Concílio. Uma fase que começou com o fenômeno de secularização e consequentemente de contestação dentro da Igreja. No início desta terceira fase, pela primeira vez os Oblatos começaram fazer um trabalho organizado de pastoral vocacional, suscitando nos párocos uma atenção particular para com as vocações.

Em maio de 1965, devido Apucarana ter sido escolhida como sede episcopal, os Oblatos entregavam a paróquia Nossa Senhora de Lourdes ao novo bispo Dom Romeu Alberti. Na cerimônia de entrega o então bispo de Jacarezinho elogiou os Josefinos pelos trabalhos prestados e dirigindo-se ao novo bispo assim, se expressou: “V. Excia recebe uma diocese com uma catedral pronta e já com todas as Igrejas construídas”. A nova diocese contava com 600 mil habitantes e 25 municípios, muitos dos quais eram atendidos pelos nossos padres.

Esta terceira fase somou 32 anos de caminhada e ficou marcada pelo progresso, o incentivo e o incremento das vocações brasileiras. Houve muito dinamismo e construção de muitas coisas novas. Houve o incremento de 37 padres brasileiros e de 2 irmãos consagrados, além do envio de 9 padres estrangeiros que fortificaram o trabalho dos Oblatos. Foi um período, a exemplo dos outros, de provações e de dores com a desistência de vários sacerdotes e clérigos e que levou ao fechamento de sete paróquias. Houve uma grande contribuição dos Oblatos em seus campos de trabalho para a formação da juventude e dos leigos josefinos. Neste período passaram pelos nossos noviciados aproximadamente 130 noviços e em nossos seminários de vocações adultas e menores foram várias centenas, todos eles receberam uma adequada formação humana e cristã. Foi um período de sensível crescimento das pastorais josefinas específicas e de crescimento da unidade das casas religiosas caracterizando-se como uma fase de enriquecimento intelectual de muitos confrades e de abertura para os grandes projetos.

IV – FASE DA CONSCIENTIZAÇÃO

O ano tinha terminado, o tão esperado ano 2000 raiava com todo o seu vigor sem as concretizações das profecias preocupantes, mesmo o bug do milênio tão temido para o sistema de informática e comunicação do mundo inteiro com perspectivas de bilhões de dólares de prejuízo no mundo inteiro, e que era um dado empírico da ciência da computação, não tinha-se concretizado. Mais tranqüilos e no embalo do embate do início do novo milênio para alguns e para outros da preparação não tão calorosa como para a chegada do ano 2001, do início do novo século, o século XXI e com ele efetivamente o novo milênio, a partir do ano 2001, os Oblatos de São José iniciavam a quarta fase do seu trabalho no Brasil, aquela que a partir de então passou a ser denominada de ?Conscientização?.

Conscientização da identidade oblata, pois passávamos da época do mimeógrafo à álcool para as modernas impressoras à cores ou a laser, da máquina de escrever para os sofisticados computadores PC e Notebooks turbinados a gigabytes; das cartas veiculadas pelos correios à Internet dentro de casa; dos telefones pouco funcionais aos celulares de bolso; dos jeeps tradicionais aos carros com air bag, ao som de alta fidelidade e ao ar condicionado. Enfim, o progresso, a facilidade, o mundo globalizado da pós-modernidade impelia para uma nova página de nossa história.

A nova fase histórica dos Oblatos ficou marcada com a graça especial da Canonização do seu fundador, São José Marello, celebrada com solenidade na Basílica de São Pedro em Roma aos 25 de novembro de 2001. Esta fase colocou-se quase que naturalmente, devido a toda caminhada feita anteriormente, a qual tinha levado os confrades para em sintonia com todos os religiosos do Brasil buscarem uma renovação caracterizada por um processo denominado de ?Refundação?.

Mas o processo de Refundação apenas se iniciou; será preciso não só prossegui-lo, mas acima de tudo atuá-lo na vida dos Oblatos. Por se uma nova fase que certamente terá uma duração longa, estamos ainda bebericando de sua fonte. O início desta apresentou-se com avanços e retrocessos; avanços como os momentos bonitos de preparação para a Canonização do Fundador e a sua própria Canonização celebrada com alegria tanto na Itália como no Brasil; com as Assembléias oblatas ricas de questionamentos e dos desejos de encetar o melhor como aquela sobre a Refundação, onde o lema foi ?Soltar as Amarras?. Com o início da caminhada da formação do grupo dos Agregados. Com a constituição do Centro Vocacional Josefino com um confrade liberado para este trabalho. Com a criação da Faculdade Bagozzi. Com o encontro dos Sacerdotes abaixo de 10 anos de ordenação sacerdotal, etc. Mas também de retrocessos como os pedidos de afastamento da Congregação ?ad tempus? de três confrades. Com o encerramento de suas atividades na Paróquia Senhor Bom Jesus do Portão de Pe. Bernardino Baccolo e de Pe. Mário Briatore, dois pilares que contribuíram de maneira surpreendente pela caminhada dos Oblatos na terceira fase da presença no Brasil. Esta fase apenas iniciou e os resultados dela deveremos constatar daqui algumas décadas.

Hoje, a nossa família Josefina é composta de padres, irmãos, irmãs Oblatas de São José e leigos josefinos. Nós Oblatos estamos presentes, no Brasil, em três estados: Paraná, São Paulo e Mato Grosso. Atendemos 12 paróquias, 02 colégios,uma faculdade, 05 seminários, 02 obras sociais e um centro juvenil vocacional.