Apresentação

Em uma consulta ao livro tombo de nossa paróquia, podemos verificar o quão rica é a história da pequena capela que veio a ser tornar um grande Santuário de acolhida, oração e celebração da fé católica.

Tomando como base o Livro Tombo (de número 1), que é um livro que toda a paróquia existente e criada contém, anotados em suas linhas os seus acontecimentos; nesta consulta o primeiro vigário de que se tem notícia, o Pe. Afonso Hansch, SDN (Sacramentino de Nossa Senhora), indica a fundação de tal Associação Beneficente Santa Edwiges pelos anos de 1923-1924. Tal associação teve constituída a sua diretoria nos seguintes membros: Presidente – Francisco Ferreira Júnior; 1º Secretário – José Augusto Garcia e 1º Tesoureiro – Luis Gonçalves do Nascimento, que receberam para fins de construção de uma capela, um terreno de 500 metros quadrados. Consta esta doação no dia 7 de agosto de 1924, feita pelo Sr. José Pires de André e sua esposa (a qual não consta o nome), e que foi lavrada em cartório.

Nem tudo corria bem diante da aquisição do terreno e administração dos bens monetários que foram doados para que a futura capela fosse erguida. Ocorreram, segundo a pesquisa feita, alguns desentendimentos e interesses desonestos, aliados a uma construção demorada da primeira parte da obra da capela. Informa o Pe. Afonso em anotações no Livro Tombo, que não existem documentos entre a aquisição da Escritura do terreno e o 2º Livro-Ata da Sociedade Católica de Santa Edwiges – que não sabemos se trata-se da mesma Associação Santa Edwiges –, cuja primeira ata data do dia 10 de maio de 1953. Na tal 2ª ata da citada Sociedade Católica de Santa Edwiges, informa o Pe. Afonso, que uma reunião foi convocada pelo Vigário da Paróquia de São Vicente de Paulo (Pe. Joaquim Horta), assinada pelo então Presidente – Sr. José Miranda; 1º Secretário – Guilherme Soares Ferreira; 2º Secretário – A. Silva e 1º Tesoureiro – Romoaldo L.

Ainda Pe. Afonso Hansch, informa que em outras atas desta diretoria constituída são testemunhas de desorganização, mas, de outros louros conseguidos por eles, tais como: Campanha para o ladrilho da capela e quermesses.

Aos 3 de março de 1955 foi eleita a nova comissão composta pelos seguintes membros: Assistente do Clero – Pe. Avelino;  Presidente – Argemiro Bressan;  1º Tesoureiro – Félix Gomes Vieira; Secretário – Juventino José da Silva. Consta que foi digno de anotar, que a comissão citada, elaborou a Urna da Pedra Fundamental da capela, porém, não há documentos que tratem do que se seguiu. Em uma nota do Pe. Afonso, ele diz que se a fonte for certa, consta que a Pedra Fundamental da antiga capela foi colocada aos 16 de outubro (festa de Santa Edwiges) do ano de 1926.
Nas anotações feitas no Livro Tombo, vê-se que em 1º de dezembro de 1957 a capela passa para a Paróquia de São João Clímaco. Ora, Se ela “passa” para a Paróquia São João Clímaco, entende-se que ela já estava levantada, ou pode ser que a extensão territorial é que passa a pertencer à Paróquia de São João Clímaco, cujo vigário temporal era Pe. Walter Moraes. Este presidia as reuniões da comissão da capela, que sofreu novas alterações – por razões desconhecidas – ficando assim estabelecida: Argemiro, Juventino, Diogo, José Guerreiro, Alcindo Venerando (este veio a ser vice-presidente).

Em uma ata citada no Livro Tombo que é datada de 22 de outubro de 1958, fala-se pela primeira vez de uma casa existente e pertencente à capela, casa esta, que será comprada por Reinaldo Frederico, zelador dos bens e da própria capela. Por fim, em mais ou menos 1958-59 foi feita por aquela comissão um considerável aumento da antiga capela, inclusive da torre já existente. Depois disso, não há mais informações sobre a continuidade da caminhada da capela até a ereção como paróquia.
Nas linhas abaixo, transcrevo o que está contido no Livro Tombo, dos dizeres do Pe. Afonso Hansch, sobre a comissão que deu cabo das obras da capela:

O que se pode constatar, é que a atual comissão, que se compõe dos senhores: Argemiro Bressan, Alcindo Venerando, Juventino José da Silva, Arlindo Frederico, João Vieira, Diogo, Felix Gomes Vieira, Sebastião Teixeira, foram os que mais desinteressadamente e com plena honestidade, se dedicaram à boa causa e em prol desta nova Paróquia. Foram estes os homens, que pela tenacidade de trabalhos ininterruptos e insistências contínuas juntos aos Superiores da Arquidiocese, conseguiram, que a Capela de Santa Edwiges se transformasse em Igreja Matriz, e que esta recebesse após novas e árduas lutas, seu primeiro vigário. Por estes heróis de fé, em plena metrópole, de grande porcentagem indiferente e materialista, fomos recebidos com imenso júbilo, tal salvador, há muitos anos esperado. Não obstante de copiosas almas, eles aguardavam a nossa vinda ainda às 21 horas do dia 22 de dezembro de 1960 no salãozinho da Casa Paroquial. Após as “boas vindas” recebidas, tínhamos que por mão à obra. Em nossa primeira visita a pequena matriz, notávamos a insuficiência do sacrário existente para guardar o Santíssimo Sacramento e a falta de muitas coisas… Na casa Paroquial encontrávamos uma cama, um guarda-roupa, uma mesa e seis cadeiras. Como veio conosco um teólogo (Frater Leo) como auxiliar, era necessário pelo menos mais uma cama. Agradecemos à Comissão pelo “socorro imediato” que recebemos.